Dentre as síndromes dolorosas do ombro, capsulite adesiva (CA) ou ombro congelado (OC) é a que mais tem suscitado controvérsias, tanto do ponto de vista diagnóstico como terapêutico. A CA do ombro é uma síndrome caracterizada por dor, rigidez articular fibrosa de origem capsular, de início insidioso, muitas vezes relacionado com períodos de desuso da articulação, de evolução arrastada, associada ou não a outras doenças e que, em muitos casos, pode evoluir espontaneamente para cura. Ainda que a denominação OC continue sendo utilizada por muitos, em nossa opinião, por se basear em achados anatomopatológicos, a denominação capsulite adesiva (CA) deve ser a preferida para designar essa singular doença.
A artroscopia compreenderá sempre um primeiro tempo de exploração da articulação e um segundo tempo de tratamento das lesões. Os riscos e complicações são os mesmos que acompanham cada ato cirúrgico – hemorragia, infecção, rigidez articular. No entanto, a artroscopia do ombro permite diminuir grandemente as complicações, comparativamente com a cirurgia clássica, que deixa maiores cicatrizes.
O doente é posicionado na mesa operatória conforme a preferência do Cirurgião – de lado com tracção no membro superior a operar ou em posição semi-sentada ( cadeira de praia ). As estruturas a observar são várias, o tendão da longa porção do bíceps, os tendões do manguito rotador, a cápsula e o “labrum”, que são as estruturas ligamentares que amortecem os movimentos do ombro, e a cartilagem das superfícies articulares do úmero e da glenóide (omoplata).
A CA é doença relativamente frequente que acomete mais o sexo feminino (2:1) na faixa etária de 40 a 60 anos, sem preferência por lado e dominância, e pode estar associada a outras doenças, dentre as quais se destaca o diabetes. Frequentemente, os pacientes relatarão um início insidioso da dor, seguido por uma redução na amplitude de movimento do ombro, mesmo após a remissão da dor. Geralmente, essa limitação de movimento interfere na habilidade do paciente de trabalhar ou realizar atividades da vida diária. Os pacientes podem se apresentar em qualquer um dos 4 estágios clássicos da capsulite adesiva:
Estágio 1:Os pacientes podem se queixar de dor na parte lateral do ombro, sobretudo à noite, mas talvez tenham somente pequenas limitações nos movimentos.
Estágio 2:A amplitude de movimentos diminui muito e a dor se torna mais intensa.
Estágio 3:A dor se restringe apenas aos pontos extremos da amplitude de movimentos, mas agora o movimento está gravemente limitado.
Estágio 4:Há pouca dor, mas uma grande perda de movimento.
Após o estágio 4, gradualmente a rigidez começa a melhorar. A fisioterapia e os exercícios físicos em casa podem ser limitados nos estágios iniciais da doença, quando a dor está mais intensa. Na minoria dos casos, pode ser que o paciente seja diabético ou tenha uma disfunção tireoidiana, dois fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da capsulite adesiva secundária. É importante que se estabeleça uma história de lesões e/ou de uma cirurgia prévia no ombro afetado, e a duração da imobilização.
Não existe método de diagnóstico perfeito para esta condição sendo feito com base no exame clínico, exclusão de outras patologias, aspeto radiográfico normal e achados na Ultrassonografia, Ressonância Magnética (RM) e Artro Ressonância Magnética (Artro-RM) que têm nos últimos anos sido utilizadas de forma crescente. O diagnóstico precoce desta patologia é de extrema importância uma vez que permite instituição da terapia antes da progressão do espessamento e contratura da cápsula observados em estágios avançados.
Na clínica deve-se pesquisar uma dor difusa de início insidioso com evolução de pelo menos quatro semanas que interfere com as atividades da vida diária. A dor noturna é também comum, queixando-se o doente de dor mais intensa ao dormir sobre o lado afetado.
É também frequente a restrição dolorosa dos movimentos ativos e passivos da articulação glenoumeral, com especial destaque na rotação externa (mais 50% restrição) e na elevação (menos de 100ᴼ).
A Ressonância Magnética (RM) é um meio auxiliar de diagnóstico não-invasivo efetivo não só para casos em que há suspeita desta condição, mas também fornece informações que podem ajudar o clínico a diferenciar entre os diferentes estágios da doença. No entanto, alguns afirmam que tanto a RM quanto a ArtroRM, apesar dos achados úteis, não são indicados como meios de diagnóstico para a capsulite adesiva e devem ser apenas utilizadas como método de exclusão de outras doenças intra-articulares.
A capsulite adesiva idiopática é uma patologia do ombro, extremamente dolorosa e limitadora que, apesar da literatura abundante publicada, continua pouco esclarecida em numerosos aspetos. A sua etiologia é desconhecida, mas acredita-se que ocorra inflamação sinovial da articulação do ombro seguida de fibrose capsular progressivas.
Dr. Marcus Vinícius, médico ortopedista e traumatologista, formado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – EBMSP em 2010. Neste site, você vai conhecer um pouco mais sobre mim, sobre a minha clínica, sobre os meus serviços e sobre as minhas especialidades.
Sou um médico apaixonado pela ortopedia e pela traumatologia, que busca oferecer um atendimento humanizado, personalizado e de alta qualidade aos meus pacientes. Eu conto com uma equipe de profissionais qualificados e experientes, que utilizam as técnicas mais modernas e eficazes para o diagnóstico e o tratamento das doenças e lesões do sistema musculoesquelético.
Ofereço uma ampla gama de serviços relacionados à ortopedia e à traumatologia, desde consultas, exames, cirurgias, reabilitação e prevenção. Eu atendo pacientes de todas as idades e com diferentes tipos de problemas, como:
Outros traumas do ombro e lesões do cotovelo
Confira abaixo o local de atendimento do Ortopedista Dr. Marcus Vinícius