Dr. Marcus Vinicius

Capsulite Adesiva - Ombro Congelado

Imagem Ombro Congelado - Capsulite adesiva

Sobre a doença:

Dentre as síndromes dolorosas do ombro, capsulite adesiva (CA) ou ombro congelado (OC) é a que mais tem suscitado controvérsias, tanto do ponto de vista diagnóstico como terapêutico. A CA do ombro é uma síndrome caracterizada por dor, rigidez articular fibrosa de origem capsular, de início insidioso, muitas vezes relacionado com períodos de desuso da articulação, de evolução arrastada, associada ou não a outras doenças e que, em muitos casos, pode evoluir espontaneamente para cura. Ainda que a denominação OC continue sendo utilizada por muitos, em nossa opinião, por se basear em achados anatomopatológicos, a denominação capsulite adesiva (CA) deve ser a preferida para designar essa singular doença.

A artroscopia compreenderá sempre um primeiro tempo de exploração da articulação e um segundo tempo de tratamento das lesões. Os riscos e complicações são os mesmos que acompanham cada ato cirúrgico – hemorragia, infecção, rigidez articular. No entanto, a artroscopia do ombro permite diminuir grandemente as complicações, comparativamente com a cirurgia clássica, que deixa maiores cicatrizes.

O doente é posicionado na mesa operatória conforme a preferência do Cirurgião – de lado com tracção no membro superior a operar ou em posição semi-sentada ( cadeira de praia ). As estruturas a observar são várias, o tendão da longa porção do bíceps, os tendões do manguito rotador, a cápsula e o “labrum”, que são as estruturas ligamentares que amortecem os movimentos do ombro, e a cartilagem das superfícies articulares do úmero e da glenóide (omoplata).

Sintomas

A CA é doença relativamente frequente que acomete mais o sexo feminino (2:1) na faixa etária de 40 a 60 anos, sem preferência por lado e dominância, e pode estar associada a outras doenças, dentre as quais se destaca o diabetes. Frequentemente, os pacientes relatarão um início insidioso da dor, seguido por uma redução na amplitude de movimento do ombro, mesmo após a remissão da dor. Geralmente, essa limitação de movimento interfere na habilidade do paciente de trabalhar ou realizar atividades da vida diária. Os pacientes podem se apresentar em qualquer um dos 4 estágios clássicos da capsulite adesiva:

Estágio 1:Os pacientes podem se queixar de dor na parte lateral do ombro, sobretudo à noite, mas talvez tenham somente pequenas limitações nos movimentos.
Estágio 2:A amplitude de movimentos diminui muito e a dor se torna mais intensa.
Estágio 3:A dor se restringe apenas aos pontos extremos da amplitude de movimentos, mas agora o movimento está gravemente limitado.
Estágio 4:Há pouca dor, mas uma grande perda de movimento.

Após o estágio 4, gradualmente a rigidez começa a melhorar. A fisioterapia e os exercícios físicos em casa podem ser limitados nos estágios iniciais da doença, quando a dor está mais intensa. Na minoria dos casos, pode ser que o paciente seja diabético ou tenha uma disfunção tireoidiana, dois fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da capsulite adesiva secundária. É importante que se estabeleça uma história de lesões e/ou de uma cirurgia prévia no ombro afetado, e a duração da imobilização.

Diagnóstico

Não existe método de diagnóstico perfeito para esta condição sendo feito com base no exame clínico, exclusão de outras patologias, aspeto radiográfico normal e achados na Ultrassonografia, Ressonância Magnética (RM) e Artro Ressonância Magnética (Artro-RM) que têm nos últimos anos sido utilizadas de forma crescente. O diagnóstico precoce desta patologia é de extrema importância uma vez que permite instituição da terapia antes da progressão do espessamento e contratura da cápsula observados em estágios avançados.

Na clínica deve-se pesquisar uma dor difusa de início insidioso com evolução de pelo menos quatro semanas que interfere com as atividades da vida diária. A dor noturna é também comum, queixando-se o doente de dor mais intensa ao dormir sobre o lado afetado.

É também frequente a restrição dolorosa dos movimentos ativos e passivos da articulação glenoumeral, com especial destaque na rotação externa (mais 50% restrição) e na elevação (menos de 100ᴼ).

A Ressonância Magnética (RM) é um meio auxiliar de diagnóstico não-invasivo efetivo não só para casos em que há suspeita desta condição, mas também fornece informações que podem ajudar o clínico a diferenciar entre os diferentes estágios da doença. No entanto, alguns afirmam que tanto a RM quanto a ArtroRM, apesar dos achados úteis, não são indicados como meios de diagnóstico para a capsulite adesiva e devem ser apenas utilizadas como método de exclusão de outras doenças intra-articulares.

Tratamento

  • O tratamento conservador – O tratamento conservador, como a fisioterapia, é recomendado na “freezing phase”, devendo este ser a abordagem escolhida antes de serem adotados métodos mais invasivos. A maioria dos doentes com capsulite adesiva recuperarão com tratamento não cirúrgico.
  • O tratamento cirúrgico – O tratamento cirúrgico da capsulite adesiva é considerado após falha no tratamento conservador. Estimam-se em 10% os doentes que não respondem ao tratamento não invasivo. Não existem diretrizes definidas para esta transição. No entanto, independentemente do tratamento conservador escolhido, normalmente considera-se uma abordagem cirúrgica apenas após cerca de 6 meses de tratamento não-cirúrgico com pouca ou nenhuma melhoria clínica. O seu benefício na Capsulite Adesiva refratária/severa está provado. Em um questionário recente realizado a profissionais de saúde, apenas 3% recomendaram tratamento cirúrgico na fase aguda, enquanto 47% recomendaram na segunda e terceira fases da doença. Alguns defendem o início de fisioterapia pós-operatória imediata, inicialmente, após 1-2 semanas, com exercícios ligeiros isométricos e após 2-3 semanas com exercícios isotônicos. A amplitude de movimentos sem restrição completa deve ser idealmente obtida em 12 a 16 semanas.
  • Artroscopia – A artroscopia, como modalidade de abordagem cirúrgica, permite combinar a distensão da articulação glenoumeral com uma série de outros procedimentos como a liberação de aderências, a abertura do intervalo dos rotadores, a capsulotomia circular, a secção do ligamento coracohumeral seguida de fisioterapia pós-cirúrgica precoce. Vários estudos têm apoiado o papel deste tratamento como seguro e efetivo no tratamento da Capsulite Adesiva. Atualmente esta abordagem tem vindo a substituir a manipulação articular sob anestesia como tratamento de eleição para a capsulite adesiva refratária uma vez que os pacientes atingem melhora da dor/função mais rápida e significativa e não estão sujeitos aos mesmos riscos, sendo que têm sido descritos resultados excelentes a longo prazo (média 7,5 anos). Diversos autores apoiam o uso da artroscopia, alegando que, para além dos bons resultados obtidos, possibilita aprofundar e confirmar o diagnóstico ao permitir a avaliação completa do ombro durante o procedimento. Outros, pelo contrário defendem que atualmente as evidências não suportam a utilização desta técnica.

Conclusão

A capsulite adesiva idiopática é uma patologia do ombro, extremamente dolorosa e limitadora que, apesar da literatura abundante publicada, continua pouco esclarecida em numerosos aspetos. A sua etiologia é desconhecida, mas acredita-se que ocorra inflamação sinovial da articulação do ombro seguida de fibrose capsular progressivas.

Dr. Marcus Vinícius

Dr. Marcus Vinícius, médico ortopedista e traumatologista, formado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – EBMSP em 2010. Neste site, você vai conhecer um pouco mais sobre mim, sobre a minha clínica, sobre os meus serviços e sobre as minhas especialidades.

Sou um médico apaixonado pela ortopedia e pela traumatologia, que busca oferecer um atendimento humanizado, personalizado e de alta qualidade aos meus pacientes. Eu conto com uma equipe de profissionais qualificados e experientes, que utilizam as técnicas mais modernas e eficazes para o diagnóstico e o tratamento das doenças e lesões do sistema musculoesquelético.

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Ofereço uma ampla gama de serviços relacionados à ortopedia e à traumatologia, desde consultas, exames, cirurgias, reabilitação e prevenção. Eu atendo pacientes de todas as idades e com diferentes tipos de problemas, como:

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